segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Doente de saber


Estive amando e isso me ocupava. Me ocupava tanto que meu corpo parecia cansado, um cansaço físico que passou a me incomodar. As dores no corpo vinham como se tivesse levado uma surra, mas ninguém havia encostado em mim. Estive amando como quem quer e não como quem ama. Queria o olhar, queria a boca, queria o abraço, eu queria... não tive sucesso nos meus desejos. Canalizei todas as forças que eu tinha dentro do meu corpo pequeno e expulsei numa só direção, com toda a minha alma cálida, com todo o meu corpo doente da surra.
Esse meu corpo pequeno, com hematomas invisíveis, foi pedindo socorro de pouco em pouco, de lamento em lamento.Há quem diga que era “não saber o que queria”, mas o mal era justamente o contrário: sabia exatamente o que eu queria.

3 comentários:

  1. "não saber o que queria" é sempre o problema.
    ouço isso tanto.

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  2. marcas únicas para eternidade.

    gostei.

    beijos e obrigado sempre pelas visitas e palavras postadas!

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  3. A gente sempre sabe... O problema não é saber, o que depende é de outro querer.

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