segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ensaio geral

"o mundo me expulsou para o próprio mundo" CL

Tento arregalar os o olhos. Mais um pouco...o que mexe mais com meu ponto de prazer com a vida? As tentativas não são nada mais do que a imprecisão quanto a o que fazer da vida. Eu tento sustentar meus ideais mas eles esbarram com a grande, alerta e dura, vida. Tento apenas respirar mas já não há tempo para a paz. Tento estar ao lado de pessoas que gosto mas...todos na mesma, como baratas tontas também tentando entender a própria tontura. Sobra pouco espaço pra sentir que existe e que isso te pertence pois na maioria das horas existir é apenas um fluxo. Curioso é fazer parte disso e me incomodar. Então desponto em raivas e calmas repentinas, me alegro e demoro a aceitar aquilo que é bom sem me pedir nada em troca - mesmo sendo o amor a coisa que mais acredito valer a pena. As vezes me firo propositalmente, as vezes o faço com quem eu jamais...puro descuido de quem "está tentando entender", o que não se redime por justificativa.
(Me acalmo, vigilante, em dizer dentro de mim que a gente se olha como quem se vê e se entende como entre dois sexos diferentes porém ambos regidos por marte, elemento fogo, arianos convictos.)
O "fluxo" tem me dado a ideia de ter que me fazer peça moldada para essa engrenagem, enquanto eu só quero viver. Na angústia, suplico: livrai-me de toda a artificialidade gratuita, de toda a conclusão barata, de toda a mão que fecha a porta, entretanto, de todo o ingênuo ingresso, que me faz boba de mim mesma. Me ajuda a (poder) viver.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tudo sob controle


Por vezes transbordo, passo da conta de mim, ou simplesmente deixo que meus anseios vivam sem limites. A verdade é que sou péssima com organização. Organizadora das minhas coisas, de mim, do que eu quero e do que passo a deixar de querer, sou totalmente sem jeito. E quando tento, é de modo tão precário, dó de mim. 
Procuro ter força, me esforço na humilde malandragem, tento me adivinhar e o mundo, falho de novo. É que tenho muitas partes ingenuas em mim, sobretudo quanto a o que fazer da vida, só me resta viver com as minhas armas, minhas "descobertas" tão ingenuas quanto as minhas não-descobertas.  
No fim das contas resta essa preguicinha (que não é bem preguiça), essa tranquilidade de ver as coisas da rede, porque no fundo, tudo em mim parte desse ponto de vista. Eu só simplesmente não sei até que ponto é boa a ansiedade que tenho antes mesmo de me preocupar com a minha saúde, com o que ela me causa ou a despreocupação de ir levando tudo numa boa. Mas é pra rede que sempre volto depois de ficar tentando ser gente grande. Nem de todas as arestas a gente consegue tomar conta, mesmo que sejam as próprias arestas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Paipilas auditivas


Meu silêncio que percorre ruas
Que esbarra em alguma coisa sempre
Se desmantela em burburinhos
Se desestabiliza e se arrepende
Meu silêncio tem um amor fiel ao som
Anda por aí, ouve música
Ele é tão silêncio
Tão meu
que eu juro
Inteiramente
Que são meus olhos
Que nele vomito ou guardo
Se resguarda e segue clichê
Meu silêncio é o que eu escuto
É, talvez, o que de mais expressivo eu tenha
Meu silêncio são meus cinco sentidos.