quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vitória


Primeiro eu aceitei o trato, depois tentei me familiarizar com a condição. Sim, porque só aceitamos algo quando enxergamos um resquício semelhante a nós ou aquilo com o qual convivemos.  
Meu nome nada tinha a ver com a prática, na minha vida passava longe os euforismos e braços erguidos gritando – Vitória! Conto nos dedos os episódio em que protagonizei cenas como essa. Sempre que escrevo meu nome tenho vontade de pôr no final um ponto de exclamação. Mas exclamar a que? O que? Quem é essa tal de Vitória que cultua derrotas “passeando” por opção entre suas tristezas? Essa Vitória sem ponto de exclamação, sou eu. Trinta e poucos anos para chegar aos quarenta e Vitória, ponto final. Onde já se viu me entupir de “estímulo feliz”? Me apresento a alguém e logo penso que eu tenho que vencer! Tenho que conseguir sair com esse cara e tenho que conseguir que ele me ligue, que se apaixone e que o sexo seja maravilhoso, tenho que conseguir o emprego, tenho que conseguir ganhar na mega-sena. Eu me obrigo a ter sentido entende? Mas quanto mais vou em busca de coerência mais me afasto de qualquer alcance...vitorioso. Penso nos meus pais todos os dias e ainda não consegui encontrar um motivo. Só sei que o meu nome é Vitória, apenas um vestido bonito que quiseram me dar. A verdade é que o nome pouco importa, pode ser eu ou você,

eu ou você.

2 comentários:

  1. O pior é ver que depois de saber disso, nada muda, pelo contrário piora, nós gostamos do que queremos gostar, ficamos feliz por alcançar metas que nós mesmos nos impomos, nossa vitória é alcançada quando ultrapassamos nossas próprias metas, nossa vida é escolhida por nós, nossos erros são erros porque assim pensamos, no fim a vida é estupidamente fácil, é só escolher, o problema é...
    O que agente quer escolher?

    ResponderExcluir
  2. Diz Lirinha:

    Vitória, vitória
    Como é forte a tua luz
    E é tão doce o teu sabor na boca, Vitória
    .

    ResponderExcluir