quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Primeiro Lugar no I Concurso de Poesias GB

Primeiro concurso que participo, primeiro prêmio e primeira vez que resolvi expor uma poesia minha de tal forma, competindo com outras tantas pessoas. Parabéns a todos os que participaram!


A Gazeta dos Blogueiros, site conhecido entre os blogueiros de plantão, realizou seu I Concurso de Poesias GB. E foi nesta aposta do GB, que tinha como objetivo promover a literatura brasileira, onde me arrisquei enviando uma poesia minha, Ator, já publicada aqui. Havia até esquecido do concurso após eles terem prorrogado o anúncio das poesias vencedoras devido ao número de inscritos, quando resolvi "fuxicar" o resultado que novamente não tinha sido divulgado. Foi então, que no dia seguinte eu tive a feliz surpresa de ver a minnha poesia vencedora, ganhando 1° lugar no concurso. É com grande felicidade que agradeço a Gazeta dos Blogueiros por abrir esta oportunidade para iniciantes, profissionais, amantes da literatura e pessoas que assim como eu sentem prazer em escrever, sendo esta prática quase que uma necessidade.
E como forma de parabenizar a todos os que ousaram participando do concurso, um presente, Vinicius de Moraes em O poeta:

A vida do poeta tem um ritmo diferente
É um contínuo de dor angustiante.
O poeta é o destinado do sofrimento
Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
E a sua alma é uma parcela do infinito distante
O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.
Ele é o etemo errante dos caminhos
Que vai, pisando a terra e olhando o céu
Preso pelos extremos intangíveis

(...)
                                                         Vinicius de Moraes  


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Camarim?(!)

Um lugar, um espaço;
grande, pequeno, estreito, largo;
confortável, desconfortável;
agradável, desagradável;
luxuoso, simples...
Camarim.

Me propus a explicar a escolha do (novo) nome do blog. Da ideia veio o título e do título a ideia, sempre nesse percurso dialético, resolvi que este seria o melhor nome para o blog. Sem mais delongas, venho por meio desta expor a minha visão sobre o que significa para mim este espaço físico, porém mágico, "quarto de vestir".
Imagino que nos tempos da Grécia, onde as coisas caminhavam para uma oficialidade das artes dramáticas, um cara, provavelmente virginiano, resolveu que tinha de organizar aquele "espetáculo" de trocas de roupa e caracterização - afinal os homens é quem faziam os personagens femininos assim como qualquer outro que surgisse. Imagine você, como se dava essa caracterização? Camadas e mais camadas de pano, quilos e quilos de maquiagem para travestir os gregos de moças. Daí, o tal rapaz sistemático como todo bom virginiano, não deve ter aguentado viver naquele "mafuá" e determinou:
- é preciso que haja ordem! A partir do raiar do novo dia, não teremos mais tal bagunça, nos vestiremos no... (olhou para um lado, olhou para o outro e avistou um canto onde os raios de sol entravam pelas frestas da pedra que sustentava o comodo e de noite, as estrelas iluminavam audaciosamente, pelas mesmas frestas da manhã, o canto destinado aos atores)...Camarim! (gritou). O homem, havia dito qualquer palavra que veio em sua cabeça, assim como se o Deus do vinho,  Dionísio, lhe tivesse soprado...camarim...em seus ouvidos.
A verdade, é que o nome era o que menos importava, o importante mesmo era a organização do local. Desde então, os atores se caracterizavam no Camarim e assim como qualquer prática e/ou pedacinho que compõe as artes dramáticas, o quarto de vestir em pouquíssimo tempo se tornou tão mágico quanto o palco. Dentro daquele minúsculo espaço que mal acomodava o elenco inteiro, acontecia a tão sagrada transformação: vestir o figurino, colocar a maquiagem...Onde o ator, passou a assistir de camarote (através do espelho), a revelação de seu personagem sob as luzes das estrelas ou dos raios de sol, estando assim, sempre iluminando.

Ok, tirando essa história fictícia que tenta ser verdade apenas na minha imaginação, o teatro é tão mágico que não existe rotina ou organização que não beba da sua magia. Mas chamo a atenção de você, é... você que está lendo esse "drama", a dramaticidade está presente na vida de qualquer um, ator ou não ator. Da mesma maneira que o Camarim dos teatros servem a nós atores como um lugar de caracterização, concentração e preparação, cada um de nós temos um Camarim cheios de instrumentos que nos ajudam antes de entrar no palco, seja ele qual for. As vezes pegamos o texto para não errar na hora de falar, noutras sentimos necessidade de nos olhar no espelho para retocar a "maquiagem", trocamos de roupa para ousar ou se esconder de alguém ou de nós mesmos ou até para não parecermos com o quem somos.
No dia a dia, fazemos de qualquer lugar o nosso Camarim improvisado, aprendemos a não nos apegar ao que temos em casa (o nosso quarto) e sempre que queremos nos preparar para "entrar em cena" olhamos para um lado...para o outro e o primeiro cantinho que nos chame a atenção, entramos e preparamos a nossa cena, arrumamos o figurino, revemos as falas, nos olhamos no espelho e pronto! Tudo certo para que o nosso roteiro, (afinal também somos autores), corra perfeitamente como queríamos. E como sabemos, é no camarim também, que nos despimos e tiramos tudo o que é do personagem para que o nosso rosto volte a ter a nossa cara e possamos voltar para casa com a sensação de que cumprimos o papel que a que nos submeteram ou que nós mesmos nos submetemos, isso tudo faz parte do show.

Por isso este espaço se chama CAMARIM, aqui é onde me preparo, me visto ou fico despida, de "cara limpa". Uso as palavras para fugir ou me aproximar de mim, tentando me distanciar ou me aproximar de um personagem antes de entrar em cena, seja da vida ou de um novo espetáculo. Mas também as utilizo para me desfazer de todos os elementos de cena quando eles já estão pesados em meus ombros, e quando isso acontece ao final do texto ou da poesia me vejo nua mas nem um pouco constrangida, afinal estou no meu camarim iluminada pelos raios de sol ou por estrelas no céu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Seus monstros

Eu sei que devia ter me afastado e cortado a frase antes que ela fosse dita por inteiro, afinal todos os dias que antecederam foram para me fortalecer e me encher de força, no entanto joguei fora no primeiro "grande medo". Ainda agora estou cá, sem esforço, numa confusão talvez maior que a dor de cabeça que me atormenta o sono. Há de se entender, que uma história construída e acostumada não se destrói num rompante de um minuto, tão pouco numa única conversa. O que houve entre nós, foi atrito, dos mais pesados e mais perigosos: mente e emoção; amor e paixão; incompreensão e tentativa; prazer e fracasso. Foi dançando entre quatro paredes de um cérebro que acostumou-se e viciou-se o coração, por isso resolvi enfrentar todos os monstros de dentro. Só eu sei o quanto me rebaixei e o quanto supliquei para ser salva, mas eu sempre soube que para me salvar era preciso que algo fosse morto. Mas acontece que não tenho instinto para matar, mesmo que este assassinato fosse a violência mais cruel e corajosa.
Sem prática alguma em lidar com a morte, ainda que a experiência com o vivo também não parecesse bem-sucedida, o assassinato perturbou a minha cabeça como um intimato ao qual eu, matadora de aluguel, não poderia fugir da tarefa. Resolvi então conviver com meus vícios, escolha essa, que está me mantando por inteira.O que eu descobrira, era a chance de cura e  de renovação mais digna que poderia oferecer a mim, mas não tive coragem de morrer para viver. Portanto, eis aqui, na assinatura deste relato,




o meu maior inimigo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010