quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Identidade clandestina

Leblon - RJ
Escuta a tua respiração,
escuta essa certeza de vida. 
Escute a certeza do teu corpo úmido
longínquo,
tão seu que é perto demais para se ver.
Sente que a saliva escorre,
que o teu cabelo repousa frouxo no teto de seus pensamentos.
Não abra os olhos por alguns instantes.
Existem coisas que são vistas a olhos nus
e outras que são vistas de olhos fechados:
Portas abertas servem para entrar,
igrejas fechadas adormecem em cristo.
Ouve a tua respiração pesada.
Porque afunda em si?
Esse elevador que é o teu tórax inflando e esvaziando,
essa tua dor de desembarcar no ultimo andar.
És um corpo com mãos,
um corpo com formas.
Deite-se como os teus braços,
repouse soluto como as tuas pernas,
esse corpo que te torna possível,
lágrima que te torna real.
Quem mora dentro de ti? 
Me diga e eu te darei um rosto.










7 comentários:

  1. =S
    me senti completamente perdida lendo isso.

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  2. Esse é um chamado para a autoavaliação. Aliás, umas das coisas mais importantes que existem.

    Parabéns! E beijos!!!

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  3. Oi Mayara,

    Obrigada pela visita ao onzepalavras. Seu blog tem uma estética muito bonita e o conteúdo é muito bom. Agradeço por acolher-me em seu espaço e sinta-se sempre convidada e visitar o onzepalavras, será muito bem-vinda.

    Ana

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  4. UAU...
    Caralho um post ta melhor que o outro.

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