segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Rua sem saída


Não foi porque eu li Clarice e ela sempre me convence. Também não foi por um de seus vários “nãos” nem muito menos por aquele ligeiro “sim”. Não foi por eu não descer as escadas e me recusar matar os degraus para nos salvar. Não foi um daqueles gotejar de lágrimas nem soluço nervoso pois os olhos não se puseram a transbordar. Não foi por gastar a saliva, as horas vestida e nenhuma atenção especial. Não foi por eu ser mulher ou talvez uma parcela de culpa tenha sido por minha feminilidade, que não está nos vestidos não vestidos nem nas saias que desdenho. Não foi por deixar de avisar nem foi por calar de cansaço. Não foi pelo desentendimento nem pela coerência encontrada apenas na confusão. Não foi por não te amar.


Não foi.

2 comentários:

  1. Lindo...Me identifiquei novamente. Sinto que eu poderia ter escrito...
    É feminino e delicado, porém muito forte.

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