domingo, 27 de dezembro de 2009

O falso verde



O tempo me guiou ao inútil amadurecimento de te amar. Endureceu o olhar e as surpresas escassas, quase desaparecem feito fumaça. O medo de caminhar devagar e morrer num lugar ainda escuro sem saber como era a luz que via no fim do túnel, atormenta um coração hoje inseguro e cinza. Dentro dessa casca existe mar, tempestade, gritos e não esses sussurros, aos quais me agarro fincando unhas e dentes para não me desprender, não me distanciar. O tempo me ensinou a dar tempo ao tempo e de tempo em tempo só me resta o tempo e nada mais. Eu já experimentei caminhar com pés, com os olhos, com a mente e com o coração. Todas as vezes segui a mesma direção e estava na frente, a postos para encarar o que surgisse, quebrando barreiras e construindo pontes. Hoje estou atrás, mas não que tenha alguém ou algo na minha frente, estou atrás de mim, regredindo em passos longos e lentos, voltando às origens para compreender porque me permiti ir tão além e questionando porque nunca chego á luz.

Um comentário:

  1. O tempo... Ah, o tempo! Nos faz sempre entender que somos os seres mais importantes e mais insignificantes do mundo do mesmo modo, da mesma maneira. Brinca conosco, dando-nos a oportunidade de experimentar todo tipo de sentimento, bons e ruins, para que no final possamos chegar com a certeza de que vivemos, com tudo o que a vida teve para nos oferecer.

    O blog mudou de nome, mas continua com o mesmo bom nível dos textos. Parabéns!!

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