segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Embriaguez

,ai de mim.
De repente estou calma, como quem cumpriu alguma coisa que fosse grave, dessas que se sente a vibração. Mas não sei de nada, tamanha a leveza quando se carrega o cumprimento da "coisa". O contraste de tudo, o vento , a rua, os passos. A ousadia de ser completa diante de tantas outras coisas que faltam. Ao mesmo tempo que se alcança um ápice, não qualquer, de um amadurecimento e testemunhar que nada passa do recém nascimento de uma escolha e portanto agir como quem começa do zero: desengonçada. A super-exigência que indica o absurdo da calma - se o amor é tão certo. O amor é tão certo. Quando não se bebe mais do gosto da arrogância e tudo é extremamente natural nas pontas desconhecidas de si mesmo e do outro. Como suportar o peso do "tudo" e do "nada"? Como? se a pelizinha da unha incomoda, o ponteiro faz "tic-tac", a conversa-ladainha é redundante. Redundante. Os dias da semana são cinco, meu rosto tem rugas de expressão de 24 anos e uma interrogação enorme, maior que uma metáfora, atingi o limite de todo o meu drama. Que começa na unha, que vai para o relógio, que... "tec-tec" do teclado. Eu não sei carregar o peso da calma, porque a realidade é tudo o que engole. Nunca estive tão serena e tão perdida.

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