domingo, 13 de junho de 2010

Relógio de pulso

Já foi tempo.
Tempo demais,
tempo de menos,
findou-se o tempo.

Marcado pela cicatriz,
rasgado pelo ponteiro,
já faz tempo
que foi.

Tempo que será,
tempo que vier,
tempo.
Vigília antiga.

Já testei os segundos,
desisti dos minutos,
deixei correr solto,
e o tempo passou ligeiro.

As horas infinitas
me curaram da dor,
me deram sermão,
secaram as feridas.

Em tempo bom
é hora de sorrir,
em tempo ruim
usa-se muitas roupas.

O tempo no rosto
que esconde a vontade,
que fala sobre saudade,
que deixa escapar a ingenuidade.

Indomável, tempo.
Me olha nos olhos
e passa por mim
sem nem "até logo" dar.

Faz um tempão,
um tanto que não cabe na mão
nem saliva para contar,
nem coração que há de aguentar.

Me dê um minutinho,
só esse
aquele,
qualquer um que eu possa pausar.

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