quinta-feira, 8 de abril de 2010

latrocínio

Saborear,
divertir-se e disfarçar,
a pele roçar,
o pescoço torcer.

Mãos suadas e frias,
peito quente e latente.
Sugando com os olhos
o calor que vicia.

Segura, vestida
imaginação despida,
intimando,
trazendo, levando.

Sorte a solta
na esquina apressada,
como o vestido esvoaçado,
inquieto no corpo de menina.

Esse encanto no canto
do perigo instante
suado, pesado,
assassino,

leva mentes ao rompante
da razão emocionante,
da mordida proibida
dada pelo suicida.

O corpo estirado.
suspiro pesado
sem volta ao ato,
desatado o laço.

Na solução dos corpos
o alívio do pecado
certeiro,
previsto e consumado.

4 comentários:

  1. Envolvente demais, May!

    É sensual, mas com alguma acidez. Sabe, me fez lembrar algumas coisas que escuto, como aquele tal de Chico Buarque... tricolor chato.

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  2. Tb gosto de escrevfer com rimas e aliterações as letras das músicas que faço. Se quiser se arriscar a conhecer: http://ilhadosaqui.blogspot.com/ ;. Parabéns. Bj, Hugo

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  3. Claro! Indique-meeee!
    Também gostei dos novos textos camarinísticos!
    Um beijo!
    Inês.

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