O frio fazia tremer as pernas e os braços, ingênuos membros. Ao deitar tudo era único. O momento e as paredes, aquela cor em penumbra, os lençóis guardados e predestinados a nos acolher. Foi tão estranho aquele dia, o mundo não havia parado mas rodava solto em volta da história que eu construía, que nós tecemos parte por parte. Girava tudo ao redor, feito embriaguez certa, fruto do tinto e tantas taças derramadas calor a dentro.
A avidez do olhar, trabalhando junto com as mãos, oras de pincel, oras de lápis que rabisca um traço a procura do desenho, não deixava dúvidas sobre a arte final. O quadro clamava pela pintura, suplicando que fosse sutil na escolha de cada cor, harmonizados estavam: quadro, artista e tinta. O vinho fez dizer mais do que o planejado, mas não mais do que sentia. Foi num balanço de marinheiro, num caminhar de velho moço, num amor feito de flor...a menina calou _ _ _ _ _
A alma acelerou fundo no peito inflado e vazio, inflado e vazio. A sorte a solta pelos campos de verdades e mentiras, havia enfim se cumprido e um riso frouxo escapou da boca seca, alma limpa e o corpo já não mais tímido.
libertadora sua descrição de arte...
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ResponderExcluirobrigado pelo seus comentários, adorei a parte do viver as coisas do alto "se assustando"...
eu queria ser ator, como é?
até uma próxima mesmo...
O bonito dos textos é quando eles chegam ao coração, né?! Daí eles deixam de ser de seus autores e passam a narrar nossas próprias lembranças ou sonhos. É a mágica do alcance das palavras lançadas aos bons ventos [vituais]... Lindo post, dona May. :)
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