Admito o meu vício como forma de pedido de salvação. Muitas vezes disfarcei justamente para poder me drogar e me dopar, ou dopar ao outro se possível fosse. O papo ia, vinha e lá estava eu, acreditando na suposta verdade que surgia, sem lembrar que todas são supostas e verdade mesmo, nenhuma. Entre o número um e o número dez (no auge da conversa), haviam muitos dois e três e quatro, até oito e nove! E eram eles, neles, com eles que eu contava para me deleitar de tentativas frustradas em alcançar...não sei, mas eu buscava algum topo onde eu pudesse me sentir segura. Entre verdades e mentiras, descobri que existia algo incomum entre os dois extremos: meias verdades são filhas mal criadas da mentira e da verdade. De meias em meias, eu não completei um inteiro, sequer uma metade que fosse verídica até o fim. As doses foram aumentando, sem controle. E entorpecida, o efeito era a certeza, a viagem ilusória e a consequência era a fome de mais e mais. Até me dar conta de que a droga da meia verdade não me levaria a lugar algum e resolvi me desentoxicar.
Hoje sofro de abstinência. O efeito é a incerteza a consequência é a descrença e o benefício é a falta de verdade?
Ué.
ResponderExcluirEu jurava que o comentário tinha sido postado.
Mas foi exatemente na hora que tive problemas com DNS aqui e os serviços do Google deram pane aqui (Gmail, Blogger, Reader, tudo!)
Lembro que falei que adorei a maneira como você colocou as "meias-verdades". Você tem um estilo que me incomoda. Porque eu me identifico mas fico sem saber o que dizer. Você fala e meu coração entende na hora, mas não manda a informação para o cérebro. Adoro as viagens que suas palavras me proporcionam!
Uma misteriosa carioca com belos textos me brota como leitora.
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