terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Minas Gerais



As palavras são ontem, mas se eu pudesse colocar um pouquinho do “agora” seria tão gostoso...como comer bala de côco depois que acaba as do saquinho.
É que eu queria falar das mãos, dos olhos, assim, encarando os do outro, acesos: “onde mesmo ficam minhas pernas?” “onde mesmo fica a minha barriga?”, quando trocamos os pés pelas mãos e bastou um apalpar na intensidade do querer pra si. A mão buscava agarrar o corpo na quantidade semelhante a do desejo - como se fosse possível.
Eu descobri mais do seu cheiro de travesseiro e cabelo despenteado, você conheceu minha infância em risos que eu não podia controlar, gargalhava. E a vergonha ia longe, voltava para o Rio de Janeiro, fugia, escapava ou se escondia atrás da porta, esperando que eu recobrasse a consciência. E nesse dia, todos lá fora pensavam constrangidos que um parque de diversões não era tão animado quanto aquele quarto com porta fechada, dando mais asas a imaginação, quase como bichinhos atraídos pela luz. Mas só estávamos contando pintas no corpo um do outro, fuçando segredos e descobrindo pescoço, orelha, nuca...até o sono chegar e nos esquecermos amassados. Braço por cima de braço, duas folhas pintadas dobradas ao meio.

2 comentários:

  1. só consigo lembrar, mas não quero sentir. de qualquer forma, toda pintura é beleza, mesmo que estejamos de fora contemplando como expectadores...

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  2. Amei o título, e gostei mto do texto! vc sempre me encanta, né?! Parabéns!!! Um feliz natal, e um prósperó 2011, cheio de realizações e sucesso.

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