Eu sei que devia ter me afastado e cortado a frase antes que ela fosse dita por inteiro, afinal todos os dias que antecederam foram para me fortalecer e me encher de força, no entanto joguei fora no primeiro "grande medo". Ainda agora estou cá, sem esforço, numa confusão talvez maior que a dor de cabeça que me atormenta o sono. Há de se entender, que uma história construída e acostumada não se destrói num rompante de um minuto, tão pouco numa única conversa. O que houve entre nós, foi atrito, dos mais pesados e mais perigosos: mente e emoção; amor e paixão; incompreensão e tentativa; prazer e fracasso. Foi dançando entre quatro paredes de um cérebro que acostumou-se e viciou-se o coração, por isso resolvi enfrentar todos os monstros de dentro. Só eu sei o quanto me rebaixei e o quanto supliquei para ser salva, mas eu sempre soube que para me salvar era preciso que algo fosse morto. Mas acontece que não tenho instinto para matar, mesmo que este assassinato fosse a violência mais cruel e corajosa.
Sem prática alguma em lidar com a morte, ainda que a experiência com o vivo também não parecesse bem-sucedida, o assassinato perturbou a minha cabeça como um intimato ao qual eu, matadora de aluguel, não poderia fugir da tarefa. Resolvi então conviver com meus vícios, escolha essa, que está me mantando por inteira.O que eu descobrira, era a chance de cura e de renovação mais digna que poderia oferecer a mim, mas não tive coragem de morrer para viver. Portanto, eis aqui, na assinatura deste relato,
o meu maior inimigo.
Bem profundo esse texto. Incrivel como vc consegue tocar bem no coração com suas palavras. Parabéns!! Muito bom mesmo.
ResponderExcluirA vida sente-se em extremos mas também nos extremos perde sentido
ResponderExcluirCumprimentos