Faço jus.
Minha condição de única me faz enxergar o amor inteiro único. Me faz amar concentrado, exagerado, no estilo "eu posso até morrer de fome". Eu que não sei entender como se diz "eu te amo" de maneira múltipla e metamórfica, já bem disse alguns amares, jurei e dei até sorriso. Ainda assim é inútil, fico sem entender o múltiplo de amor, que na minha matemática vai do zero ao dois. Eu que já amei mais de uma vez, que tenho mais de um amor, não entendo como isso pode acontecer.
Meu amor é a existência ímpar, una. Se te amo é porque não há outro no mundo. E no bate e volta, natural é que me reconheça, que jamais responda a "qualquer um na rua beija-flor". É grave doutor? - É, agudo. Problema de não compreender nunca meus amores terem tido outros amores. Não entendo tempo, passado, nem momento, entendo de amor eterno – eu, que já botei ponto final em história. Reinvento tempo e sentido pra explicar a singularidade de amor, de amar várias vezes e apenas uma na vida. É que amo um de cada vez, mesmo que ao mesmo tempo. Amo como uma perfeita filha única, porque não conheço outra forma de ser. Apesar do mundo me considerar "mais uma", nunca me ame como mais uma, preciso ser amada como uma, pois sou ignorante de amor com S.
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