Não tem pontas, início nem fim. Essa é a concepção mais próxima que se pode dar como explicação, e é mesmo desforme, totalmente desforme. Não tem e não gosta de porquês (ficando eu encarregada das compreensões por dedução), pois se me beija é por alguma coisa nos meus lábios, braços ou pescoço que o atraiu, sem percepção descritiva, como se fosse um animal e seu instinto apenas sendo.
Sem minhas palavras, que eu possa enfeitar uma frase e assim dizer mais do que para alguém mas para mim, sobre o que é isso que eu chamo também de “você”, como se “você” tivesse hoje se transformado em uma única e exclusiva identidade, em todos os “vocês” concentrados em apenas você. E a imagem oscila entre os tempos, seus tempos, tudo num instante agora, dentro de um liquidificador despretensioso mas corajoso com experiências. Assume antecipadamente qualquer tempo e rugas, para nunca alcançarem seus segredos, que talvez nem ele mesmo saiba.
No meu caso, o equívoco ou palavra que se arrume desesperada para “vestir”, são fáceis para presas como eu, ao invés de simplesmente respirar. Procuro sentido na boca dele que me diz em outras palavras, como em línguas afiadas, culinária ou silêncios.
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