quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dentro de mim algo gritou calado e quieto. E eu escutei.

    

Existe um oceano de coisas que preciso me livrar. Uma bagunça que preciso compartilhar. Despejar isso vai ser um alívio e ao mesmo tempo será perder um pouco de mim, dentre os resíduos do que faz pesar meus ombros. E ainda a cobrança de dar o que é bom em mim, me sufoca! Tira o ar puro que eu respiro com esforço. Amar a mim significa carregar um oceano, o meu.
É perigoso livrar-se do peso, já me acostumei a me equilibrar, com dores nas costas, a força contrária ao chão que deforma o meu andar. As pessoas costumam pensar, num primeiro olhar, que isso sou eu. E sou. Foi uma construção e ao longo do tempo adquiri alguns parasitas que agora me torturam impedindo que eu prossiga como sempre fiz. Agora, é hora de livrar-me do excesso de modo que continuarei a ser eu mesma, já que o livrar-me faz parte do processo da construção de mim.
Recriando-me, eu posso me dar e permitir que eu também receba, mas no momento me encontro em excesso. Grito muito, reclamo demais e isso tudo, eu sei, é um sinal mental mas também físico. O excesso não sou eu. Mas...sempre serei um oceano além da conta. O dia que eu estiver na medida, não terei muito a oferecer, serei pouca logo deixarei de ser oceano.

Um comentário:

  1. Um texto simples e completo em si. Acho que todos somos oceanos particulares. Só nós sabemos onde as onds da vida nos trouxeram, e temos a consciência de onde queremos que elas ainda nos levem.

    Belo texto, Mayara! Parabéns. De coração!!!

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